Adapar estuda se deriva de agrotóxicos afeta produção de seda no noroeste do Paraná
22/12/2024
Paraná é responsável por 85% da produção nacional, mas houve uma queda de 73% na produção entre agosto e novembro deste ano. Deriva de agrotóxicos pode estar afetando produção de seda no noroeste do estado
Neste ano, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), recebeu 144 denúncias, deste total 78 se tornaram notificações ou autuações sobre deriva de agrotóxicos.
Com o objetivo de mostrar se os agrotóxicos aplicados nas áreas próximas estão matando as lagartas a agência recolheu amostras de produtores de Alto Paraná, noroeste do estado.
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Alessandra Campos é sericicultora na cidade e afirma que perdeu toda a produção de bicho da seda, um prejuízo estimado em 12 mil reais.
“Essa de agosto, a gente perdeu 100%, praticamente nada de casulo e se faz algum, é aquele casulo casca fina, que é considerado como casulo de segunda. E agora, essa safra do mês de novembro, a gente perdeu também 100%” ,conta Alessandra.
A suspeita dela é de que a deriva de defensivos agrícolas tenha intoxicado as lagartas. Na região, há lavouras de mandioca e pomares de laranja que podem estar usando esses produtos.
“O agrotóxico é um problema com certeza quando ele não é usado adequadamente, mas a gente acredita que também possa ter outros agentes interferindo nisso e aumentando a quantidade dos problemas que os sericicultores estão enfrentando”, diz Alisson Barroso, gerente regional da ADAPAR.
Os casulos fazem parte da metamorfose da mariposa, onde as lagartas se alimentam de folhas de amoreira por 20 a 30 dias antes de formarem o casulo, composto por um fio de seda que pode chegar a 1 quilômetro. A morte das lagartas pode ser atribuída às folhas de amoreira contaminadas.
Maior produtor do Brasil
Deriva de agrotóxicos pode estar afetando produção de seda no noroeste do estado.
RPC
O Paraná é o maior produtor de seda do país, responsável por 85% da produção nacional. São mil toneladas por ano.
De acordo com a Associação Brasileira de Seda, os problemas enfrentados no noroeste do estado resultaram uma queda de 73% na produção entre agosto e novembro deste ano.
Com menos matéria prima, a indústria produz menos. É o que explica Renata Amano, diretora da Bratac e presidente da Abraseda.
“Todos os nossos clientes são estrangeiros, empresas grandes de moda e estão tendo que nos apoiar reduzindo o consumo em 30%. A nossa base instalada dentro das indústrias tem potencial para produzir 3 vezes o que estamos produzindo hoje”, explica.
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