Construção da Itaipu Binacional é marcada por várias fases em ritmo frenético
12/12/2024
Operários trabalhavam dia e noite para construir a megausina. Nos idos dos anos 1970, os trabalhadores contratados para a construção da obra de Itaipu disputavam espaço com as máquinas possantes, num ritmo frenético, dia e noite, em turnos ininterruptos de 24 horas. Só havia folga para todo o pessoal, com paralisação dos trabalhos, em 1º de maio, Dia do Trabalhador.
Tudo seguia à risca um minucioso planejamento estratégico, garantindo o sincronismo perfeito, que permitia o início da execução de uma nova fase da obra mal havia terminado a fase anterior.
O objetivo, que deveria ser cumprido, era a conclusão de Itaipu no prazo previsto, o ano de 1984. Houve dificuldades na obtenção de empréstimos externos, já que durante a construção ocorreram graves crises mundiais, como em 1979, quando o preço do petróleo explodia em todo o mundo, o que provocou o receio dos investidores, num processo que só se acalmou em 1986.
Vale notar que em 1973, quando o Tratado de Itaipu foi assinado, ocorreu a primeira crise do petróleo, que trouxe mais incentivo à busca por energias renováveis, o que também contribuiu para acelerar o acordo entre o Brasil e o Paraguai. Já a segunda crise do petróleo, em 1979, prejudicou a atração de investimentos ao Brasil, mas felizmente Itaipu saiu ilesa e, cinco anos depois, iniciou a produção de energia, que seria a quinta fase das obras.
Divulgação
A primeira fase, entre 1974 e 1978, foi marcada pela escavação do Canal de Desvio do Rio Paraná, a construção da barragem de enrocamento, a instalação do canteiro industrial, a execução da estrutura de controle, das ensecadeiras principais e do desvio efetivo do rio de seu leito natural.
Já na fase 2, de 1978 a 1982, foram construídos a barragem principal, a barragem lateral direita, as barragens de terra e de enrocamento, o vertedouro, e a casa de força do leito do rio, além de ser dado o início às montagens eletromecânicas principais.
A fase 3 da construção de Itaipu correspondeu ao fechamento das comportas da estrutura de controle de desvio, à formação do reservatório e, ainda, à abertura do vertedouro.
Na fase 4, as unidades geradoras começaram a operar. No começo a produção era tímida. Com duas unidades geradoras, a usina produziu, em 1984, 277 megawatts-hora (MWh). A produção foi crescendo gradativamente, de acordo com a demanda e as condições de operação de outras usinas, a montante de Itaipu, e da afluência do rio.
Na fase 5 da construção da usina, foi construída a casa de força do canal de desvio e concluída a montagem das unidades geradoras, até a 18A. Mas haveria ainda uma nova fase, depois de novas negociações entre o Brasil e o Paraguai, que permitiram a instalação de duas novas unidades geradoras.
Na fase 6 da construção, de 2000 a 2007, foram instaladas a 19ª unidade (U19A), que começou a operar, em testes, em junho de 2006; e a U18A, que entrou em operação comercial no primeiro trimestre de 2007.
Assim, completava-se a implantação deste megaempreendimento, com potência instalada de 14 mil MW.